quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Trabalho de casa

É estranho ir trabalhar e passar o dia a ver televisão.
O dia todo de comando na mão, a escolher de entre cinquenta canais. Quando chegar a hora de saída, largo o televisor e volto para casa.
Quem quer tachos, arranja-os!...

Mas não é tudo bom. Isto significa que há "trabalho macaco" para fazer, que se não for em frente de uma telenovela dá com a malta em doida.
E pior deve estar o meu colega, que teve de interromper as férias para o vir fazer.

Agora vou indo, que para escrever isto deixei-o sozinho, e ainda faltam dois mil livros para encaixotar até amanhã, depois de serem conferidos um a um.
Aliás, já ouço os gritos dele... calma, sê forte, eu já vou!!... e olha lá, a Cleoneide já disse ao Luís Carlos que o filho não é dele??

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Crónica de Dezembro

Como sobreviver a um dia de trabalho em Agosto - um guia prático

Manhã, responder com «Ei!», conforme vão chamando o seu nome enquanto percorre as salas a caminho da casa-de-banho.
Ainda de manhã, responder com «'dalhóóóca!» conforme o vão chamando «sua matrafona!» ao voltar da referida casa-de-banho.

Almoço, comer tão depressa quanto possível, porque o almoço que foi buscar a casa da mamã faz com que apareçam pessoas na copa vindas da outra ponta da agência, com a pergunta «que cheiro a peixe é este? É o Cipriano a almoçar?»

Início de tarde, tentar não cair da cadeira quando chovem bolas de papel e objectos 'anti-stress' na sua secretária.
Fim de tarde, oferecer porrada às ofertas de porrada que todos na sala oferecem uns aos outros, porque o mais maricas perde.

Noite, tentar não ter pesadelos e ganhar forças para conseguir suportar o dia seguinte.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Natal nos trópicos

Tanta ameaça, tanta roupa que eu vi congelada nos varais em anos anteriores, tanta camisola de lã que eu pus na mala, e afinal na Serra da Estrela nem sequer se chegou aos zero graus, quanto muito estiveram uns dois graus positivos, e é se tanto!

Se eu quisesse sufocar com tanto calor teria ido para o Brasil...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Esta semana só isto

Durante um fim-de-semana, ser um príncipe.
Mas um verdadeiro príncipe encantado, que chega a um reino e manda anunciar um baile, depois encontra uma lindíssima princesa em apuros, e salva-a no fim com um beijo.

Nessa romântica cena, durante longos e memoráveis segundos uma sala inteira não respirou, até que a princesa abriu os olhos, e todos reagiram com uma salva de palmas.
E quando depois saímos, as pessoas a abrirem os olhos e os sorrisos, "ah, a madrasta!", "ah, o príncipe!". Foi bom ter essa recepção das crianças, mas mesmo os adultos se deixaram fascinar.

Percebo ainda melhor agora porque é que os contos de fadas sempre viveram no nosso imaginário.
Eu vivi num desses mundos, e já sinto saudades dele.


Até para a semana e tenham um Natal.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Poema da drosófila

Resolvo:
Não mais as dolências do mosto nas pernas.
Sujidades indómitas, percorrei os universos!
Aqui planaram homens... na sombra de um corrimão.

Ter tudo e não ser feito de folhagem.
Cansar o mundo. Saborear mitos...

Telas de pintassilgos que não fogem, porque as águas dos rios cegaram.
Crepúsculos de noites e peúgas, descei.

Aqui me tendes!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Texto sem magnitude

Afinal ontem, quando o meu sofá começou a tremer por baixo do meu rabo, não foi o vizinho que arranjou uma banda de Death Metal, foi mesmo um tremor de terra!


E falando de tragédias naturais, hoje vi uma rapariga - mas uma daquelas carinhas larocas que fazem com que os homens percam a noção do caminho e depois escrevam sobre elas em blogues - a trabalhar onde? Num camião do lixo.
Ao contrário de muita gente não acho nem esse nem nenhum trabalho vergonhoso, vergonha é não fazer nada, mas o meu sexismo não conseguiu deixar de pensar: Que desperdício!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Juro que é verdade

Antes de ontem à noite liguei a televisão e estava o meu antigo patrão no painel de comentadores de um programa de informação.
Ontem à tarde liguei o rádio e estava a dar uma notícia sobre o meu antigo cliente.
Hoje de manhã liguei a internet e estava lá um artigo sobre a minha antiga empresa.

Parece que resolvi sair logo na altura em que ia ficar famoso!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Antropologia de trazer por casa

Se adicionarmos todas as pessoas que nasceram desde o século I ao século X, o resultado é um número inferior ao das pessoas que nasceram só desde o ano 2000 até hoje.
Isto é impressionante.

Embora exista uma pequena falha, um pormenor que se calhar é preciso ter em conta, é que eu inventei isto e não faço ideia se é verdade.
Mas pela quantidade de gente que teima em ir aos centros comerciais e hipermercados passear quando uma pessoa se quer despachar, parece-me uma teoria muito plausível, estava capaz de ir ao 'prós e contras' e pôr as mãos no fogo por ela.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tuáiláite zoune

Hoje uma das comerciais da agência vem com uma bruta régua de metal e mede a largura do bolso da minha camisa. Depois vai à vida dela.

Como estou com medo de ir perguntar o que raio foi aquilo, vim desabafar para aqui.



(Entretanto, enquanto escrevia o parágrafo anterior e pensava ficar por aí, os homens 'designers' começaram todos a gritar de uma sala para outra a oferecer sexo oral uns aos outros, enquanto que o que está à minha frente, para fazer mais barulho ainda, desatou a imitar um relato de futebol.
Quase que consigo ouvir a famosa musiquinha do insólito... tinini, tinini, tinini...)



P.S.: Se amanhã não houver blogue é porque me esqueci de escrever, com a emoção de me juntar à gritaria com eles...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O despertar da mente

O blogue que fala várias vezes sobre o tempo, continua nessa linha épica.
Agora vai voltar a falar sobre despertadores.

Depois de experimentar pôr o meu super-hiper-maravilhoso-estupendo despertador a acordar-me ao som de um oceano, com péssimos resultados (descritos algures no blogue), experimentei pôr aquilo para o som de "floresta".

Os resultados foram tão bons que nem acordei.
Logo de manhãzinha o despertador acendeu a luz e começou a debitar sons de passarinhos e de vento a sussurrar num bosque frondoso.
Aviso já, ouvir sons de passarinhos e de vento a sussurrar num bosque frondoso dentro do quarto dá sono.
Deviam chamar aquilo sonífero, não despertador.

Por isso tentei outra, e pus o alarme a apontar para o som de "riacho". Ah, nada como o suave rumor aquático das límpidas águas de um rio para nos levar levemente... blá blá. Uma riqueza. Uma coisa tão linda que se não fosse a mulher-a-dias a tocar à campainha ainda hoje lá estava num sono feliz.

Pronto, está bem, dessa vez foi porque faltou a luz.
Mas seja como for agora acordo com um apito do piorio mais horrível e regulado para volume máximo. É do melhor, o salto que dou na cama é tão grande que com o balanço só paro na casa-de-banho.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Pódio do inaudito

Em terceiro lugar, estar com auscultadores e uma mesa de mistura a ouvir o que um microfone de cinema apanha.
Posso garantir, é ter uma nova perspectiva do mundo. É ouvir tudo à nossa volta, é ter os sonzinhos todos até ao mais ínfimo misturados nos nossos ouvidos.

Em segundo lugar, despejarem-nos água pela cabeça abaixo, por brincadeira.
É uma experiência enriquecedora, especialmente se estivermos na nossa secretária, no nosso emprego.

Em primeiro lugar, estar numa 'boys band' com outros seis rapazes, a cantar um 'rap' perfeitamente coreografado.


Pronto, eu sei que isto são coisas que já TODA A GENTE fez.
Mas... todas na mesma semana?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ao vivo no Coliseu

Ontem, em mais um grande momento de ensaio teatral, um dos actores começa a entoar "parecem bandos de pardais à solta... os putos... os putos..."
Era suposto cantar um de cada vez, mas os outros actores 'mais velhos' não foram de modas, logo de improviso se junta um outro em coro, e depois outro. Abraçados, afinados, fazendo o próprio Paulo de Carvalho corar de inveja, cantaram a plenos pulmões, em crescendo, num festival da canção que terminou com aplausos de pé e autógrafos.

Entretanto, eu estava de joelho no chão, a beijar a mão de uma princesa, ocultando dizer-lhe que sou na verdade um príncipe disfarçado...

E pensar que há pessoal que não gosta de teatro.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A cultura da cultura

Por causa do outro blogue, há pessoas que pensam que eu sou um satânico e que odeio jornalistas.
Às pessoas que me difamam com essas mentiras pérfidas e vis calúnias só tenho a dizer que foi o Mestre que me mandou beber o sangue daqueles homenzinhos de microfone.

Mas se é assim, por causa das coisas deixo aqui uma referência importante, que merece reparo positivo tanto a sataneiros como a jornalânicos:

Leiam a reportagem sobre os satanistas portugueses feita por uma jornalista do Expresso.
Quem não concordar com o que eu escrevi no outro blogue pode sempre ler esse artigo, que basicamente copiou o que eu tinha dito, mas vá, até está mais bem escrito.
E pode ser que depois a malta deixe de pensar em satanismo como coisa de sacrificar bebés.
Ninguém é obrigado a concordar com a sua filosofia de auto-veneração, eu próprio não sei se acho muita piada, mas ao menos saibam o que é antes de criticar.

E eu uso este assunto para servir de exemplo, infelizmente não é o único em que isso acontece.
Desabafo: Alguém me explica porque é que tanta gente, tendo cérebro e se calhar até enorme inteligência em potencial, prefere ficar ignorante de propósito?
Que desperdício!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Todos diferentes, todos iguais

Como aqui na agência estamos a tratar da comunicação da farmacêutica Boehringer, um colega meu condenou o seu produto mais famoso, o xarope Bisolvon. Diz ele, muito sério, que para terminar com um caso flagrante de discriminação, o xarope deveria chamar-se também Heterossolvon, ou Homossolvon.

Homossolvon!

Há malta que vai para o trabalho de manhã e sai-se com Homossolvon!!

E depois há malta como eu, que fica o dia todo a limpar as lágrimas porque se estão sempre a lembrar dessa e a ter ataques de riso...


P.S. : Em defesa do meu colega, é preciso ver que ele tinha sido acabado de ser chamado de "vagina" por um outro colega, portanto estava meio confuso, tem desculpa...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Frio dos Infernos

Ontem à noite eu vi que estava frio quando vesti três 't-shirts', com dois pijamas por cima, e complementado com dois pares de pantufas.
Mas quando eu vi mesmo que estava realmente frio foi quando, ao ir para a cama, ainda vesti mais dois roupões antes de me meter nos lençóis!
Mas vá, quando eu vi mesmo mesmo que estava mesmo mesmo mesmo frio, foi quando ainda tive de me levantar para ir à procura de mais cobertores, para pôr em cima dos que já tinha e do edredão. Como pelos vistos não tenho mais cobertor nenhum, pus em cima da cama algumas toalhas de crochê bordadas à mão pela minha avó. O que vale é que eu julgo que ela não lê este blogue...