sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cara de palmo

Ser parvo é passar pelo tipo que está a pintar as paredes da cantina e só porque ele está de costas e voltado para a parede começar a fazer caretas para o gajo.

Ser muito parvo é ele voltar-se de repente e apanhar-me nestas figuras.

Ser incomensuravelmente parvo é fingir que me chamavam lá fora, bazar de repente, e ainda vir à internet contar isto.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fetiche no alcatrão

Ontem à noite em Laveiras, uns carros parados no meio da estrada - Acidente.
Ainda por cima há um gajo deitado do alcatrão - Acidente sério.
O gajo está de barriga para baixo - Acidente mortal.
No exacto instante em que vou a passar, o gajo é algemado - Acide... espera, algemado???


Um gajo de cara no chão a ser algemado em plena estrada de Laveiras?
Bem, é mesmo ao lado do muro da prisão de Caxias, deve ser por isso.

Não que eu saiba se os 'algemadores' eram da polícia, eu é que não fiquei lá para confirmar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tratar como um capacho

É em dias como este que eu sei porque é que rapo o cabelo.

O homenzinho, aí de uns 60 anos, passa por mim.
Pára no seu caminho e volta-se para trás, chocado.
Depois abana a cabeça diz: "Isto realmente!! Uns andam com cabelo até às costas, outros andam sem nada!!"
E vai-se embora a refilar.

Ele não gostou quando me comecei a rir, por isso já não levantei o braço para dizer "Tem toda a razão! Isto já não há homens!", achei que não havia ambiente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Criatividade proletária

Não seria uma agência de publicidade se os criativos não tivessem cenas meio estranhas a personalizar o seu espaço de trabalho.

O meu favorito é o pato-fantoche que serve para os exercícios de ventriloquismo. De cada vez que mexemos o bico canta uma sílaba do "não-sei-quantos tinha uma quinta".
Também há as plantas que é preciso literalmente um escadote para as regar.
Por falar nisso, o parapeito atrás de mim estava cheio de cactos, e agora reparo que desapareceram todos.

Enfim, o meu colega do lado ganha neste jogo. Ele tem bonecos de filmes, cenas do 'happy meal', autocolantes, recortes de papel colorido, e uma cena que parece um baralho de cartas, mas que tenho medo de ir lá confirmar.
Do meu lado tenho um urso de peluche de fraldas enforcado com fita-cola, e umas caixas vazias de pastilhas. Está fraquinho. Acho que vou roubar o aquário da sala ao lado.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Surpresa!... Ah, estavas a usar?

Não há nada como chegar a casa do trabalho e descobrir que nos levaram a rua.

Uma rua inteira, num único dia. Ainda ontem lá estava.
Fico eu dentro do carro feito parvo a olhar para aquilo, a tentar perceber se é suposto meter-me no trilho de todo-o-terreno que deixaram no seu lugar.
Como o meu carro não está afinado para uma classificativa da Baja de Portalegre, e como o trilho passava mesmo ao lado do abismo onde estão a construir os alicerces de um prédio, optei por não ir por lá.

Depois concluí que, apesar de não estar sinalizado, havia um desvio. Fizeram outra rua.
Mas aquela que eu usei durante anos desapareceu, num dia, e para sempre.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A Casa dos Entimólogos

Para aqueles cépticos que ainda acham que eu invento histórias sobre a variedade de animais que tenho no blogue...

As reacções das poucas pessoas que põem os pés na minha casa costumam enquadrar-se num dos seguintes tipos:
1. Bué da estranho... mete inseticida à volta da casa ou coisa assim.
2. Quem é que te mandou ir morar para o campo?
3. Ahhhhh!! Tira-os de cima de mim! Tira-os de cima de mimmmm!!!!

É que nem na terrinha dos meus avós a bicharada era tanta, isto é digno de registo.
A última é a de uns insectos verdes compridos e esquisitos que me aparecem na casa-de-banho e nas paredes do quarto. Eu já nem os mato, ou não faria outra coisa. Além de que parecem uma espécie rara, posso vir a dar-lhe o meu nome
Miguelii Cipriae, ou coisa do género.

Mas fica aqui prometido: no dia em que me aparecerem ornitorrincos ou bisontes em casa, eu não publico no blogue.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Automóveis são o demo

Já fiz milhares de caminhadas a pé, já andei em vários países, em várias metrópoles e lugarejos, em caminhos desconhecidos, em matas cerradas e selvas, e consegui sempre orientar-me.

Então porque é que nas últimas 3 viagens que fiz de carro, para sítios perto daqui e onde até já tinha estado, me perdi sempre???

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Bichos ao quadrado

O parque da vida animal que é a minha casa está sempre a surpreender-me.

Pelos vistos a minha savana particular é um conjunto de micro-climas específicos.
Já aqui falei sobre os bandos de mosquitos, que têm o seu próprio cantinho junto à entrada, de onde nunca saem.

Pois agora um dos quartos foi invadido por marias-cafés. E só esse quarto, mais nenhum. A mulher-a-dias todas as semanas tira dessa divisão uma pá de coisas pretas.
Se um dia lhes dá para explorar outros sistemas climáticos, nem sei o que poderá acontecer. E se as duas espécies se encontram?
Provavelmente vou começar a assistir a combates sangrentos pelo território, pelas presas, e pelo direito de acasalar na época do cio.

Seja como for, tenho de começar a capitalizar isto em dinheiro.
Será que as câmaras da National Geographic vão atrapalhar os meus safaris para o público?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Estimação animal

Manter um blogue que fala basicamente do tempo e de bichos parece uma tarefa impossível.
Para mim é facílimo, desde que me mudei para um ponto do planeta que é tanto um vórtex temporal como um ninho de geração espontânea.

Eu nem consigo dar vazão às notícias sobre a fauna da floresta de Barcarena.
Por exemplo, até me esqueci de mencionar que os ataques de formigas voltaram. E quando digo que voltaram, quer dizer que aproximadamente de 3 em 3 dias descubro um carreiro novo algures pela casa.
Sacanas persistentes.
E ontem, como bónus, provei a minha teoria de que fazem carreiros por qualquer coisa. Eu às voltas a tentar descobrir migalhas no sítio onde elas se tinham juntado, até que percebi - tinham ido todas doidas atrás dos meus chinelos suados do ginásio.

Eu sabia que era um gajo doce, mas isto já é exagero.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Perigos vários

Uma, duas, três, quatro, cinco, seis... mas quantas raparigas giras de mini-saia e saltos altos estão ali na conversa junto à rotunda do Marquês?

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove... mas quantos carros estão a parar subitamente no semáforo quando ainda está verde?

Não consegui contar mais nada, porque em vez de abrandar ainda acelerei, estava com pressa para chegar a casa. (obviamente para procurar a minha testosterona)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Passa palavra

Já devem ter ouvido estas histórias verdadeiras, ou então outras semelhantes:

- Um taxista de Lisboa estava a ser assaltado e deu um murro no bandido. O taxista foi processado pelo assaltante, assim como pelo SOS Racismo.

- Um tipo a assaltar uma casa nos EUA caiu do telhado. O assaltante processou o dono da casa por danos físicos.

Portanto, o criminoso é que ainda se faz de vítima. O gajo que rouba é que ainda se queixa.
Obviamente, ninguém fica do lado deles. Enfim, as respectivas mulheres e alguns amigos ainda os apoiam. Mas todos os outros membros da humanidade não querem nem vê-los à frente. A menos que seja por trás de umas grades.
É que isto é pior do que ser assaltante e descarado, é pior do que ser bandido e hipócrita, é ser duplamente c*****.



Agora passem estas histórias e este contexto para o FCPorto, para os dirigentes e adeptos do FCPorto, e para os casos das escutas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Diálogo sem paragens

Já não ando de comboio da linha de Cascais, mas tenho pena.

Da última vez descobri que há pessoas que, tendo um comboio enorme à sua disposição, e com montes de lugares vazios, escolhem ir a conversar no espaço que há entre as carruagens.
Sim, naquele buraco minúsculo com menos de 1 metro. Sim, naquele espaço onde é proibido ficar. Sim, no meio do barulho ensurdecedor. Sim, no sítio onde é estúpido ir.

E na parte racista-mas-sem-intenção-maldosa da história, falta mencionar que eles eram africanos, vestidos de preto, e eu estava de óculos escuros. Portanto, eu abri a porta, meti-me naquele espaço escuro e só quando já ia com a mão esticada para a outra porta é que dei conta de umas pessoas que lá estavam.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

São uns animais

Barcarena, felizmente, não é nenhuma metrópole. Às vezes até parece a província.

O que não quer dizer que eu hoje estivesse à espera de encontrar, no passeio da rua mais movimentada, o quê? Um ganso.
Sabendo que a rua não tem quintas, deduzo que ele estava a dar o seu passeio matinal.

E isso faz-me lembrar que no domingo também vi por lá um cavalo.
Ina pá! Incrível! Coisa que nunca ninguém viu é um cavalo!! Certo, está bem, mas a comer feno no pátio da frente de uma casa???

Qual quinta pedagógica dos Olivais qual quê! Arranjamos uns porcos num charco de lama e já podemos trazer cá as visitas de estudo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pequenos males, grandes remédios

E agora, no capítulo "Sim, há coisas muito mais graves e importantes a acontecer no mundo, mas isto aborrece mesmo um gajo":

Quero avisar em carta registada e decreto-lei que a próxima pessoa que me vier falar numa certa série sobre um médico talentoso e anti-social que anda de bengala, e lhe chamar "dóctar house", vai levar um chuto no esfíncter que até anda de lado.

Ou bem que chamam em português, «doutor House», ou bem que chamam no original, «House M.D.». Agora, "dóctar house" não é nada.
E se não é nada, o que é que pode acontecer às pessoas que o dizem? Levam um biqueiro na boca que até levantam voo e só param no hospital. Quando lá chegarem chamem o "dóctar house", pode ser que ele ajude.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ai o quarálho!

Andámos a tirar fotos na agência, para colocar no Feicebuque.
Claro que 2 segundos depois começaram a chover comentários a gozar com as fotos uns dos outros. Se o objectivo era ser profissional já foi às urtigas.

Pontos a registar nas fotografias:
- A rapariga que serve de 'cara' da agência ficou a tapar a cara com as mãos.
- O cão foi o o que fez a melhor pose.
- Na minha foto fiquei a fazer beicinho.
- Ninguém no Feicebuque foi capaz de dizer 'gosto' disto.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fungagá da bicharada

Continua a epopeia da bicharada.
Entrei em casa tardíssimo e estava uma centopeia gigante de patas para o ar mesmo à frente da porta.
Deixei-a ficar, para lidar com ela hoje de manhã. Hoje de manhã tinha desaparecido.

Sabendo que eu moro sozinho, que ninguém lá entrou, e que a centopeia tinha uns bons 10 cm de comprimento por 1 cm de largura, será que hoje devo ir dormir a outro lado qualquer?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Roupa suja em público

Na semana passada pus a máquina a lavar 'sem enxuagem'. Achei que não fazia mal se a roupa saísse um pouco mais molhada. A roupa saiu alagada. O tambor da máquina ficou cheia de água até meio. Pus a roupa a escorrer na rua ao sol. O pátio ficou logo alagado. Desde que não chovesse a roupa havia de secar. Desde esse dia têm sido trombas de água todos os dias. Há-de estar bem lavadinha, o raio da roupa. Também não vou lá buscá-la enquanto não estiver seca.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Paz interior (terceira parte)

Não, a mensagem que eu recebi no meu telemóvel não veio do 'mytmn' nem da internet. Não, não fui eu que escrevi uma sms para outra pessoa e por engano digitei o meu número.

Foi mesmo o meu número, a dizer: "não vou discutir contigo"

Mais alguma teoria?
A sério, eu agradeço as teorias. Talvez alguma ajude a explicar o fenómeno que eu tenho guardado na minha 'caixa de entrada'...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Paz interior (segunda parte)

Estive a pensar em formas de responder à mensagem que recebi do meu próprio número:

(directo) "olha que é engano"
(apaziguador), "sim, querido, eu também não quero discutir contigo"
(mentiroso) "Mensagem não entregue. Número indisponível"
(derrotista) "Isto só a mim!"

Sabendo que qualquer uma delas vem ter direitinha a mim, qual delas é a menos esquizofrénica?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Paz interior

Recebi uma mensagem no meu telemóvel, enviada pelo MEU NÚMERO, que dizia:

"não vou discutir contigo"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Teatro da vida

Para quem não sabe, um dos meus defeitos é ser actor de teatro amador.
E há uma pergunta recorrente que me fazem, e que me deixou a pensar nessa e noutras respostas:

- Momento favorito de sempre em cima do palco:
Fazer de génio e mandar calar os outros actores sempre que me apetecia.

- Momento mais difícil de sempre em cima do palco:
Ter de simular que me masturbava à grande.

- Momento mais hilariante de sempre em cima do palco:
Ser o mau da fita e o gajo que estava de costas para o público a fazer gestos amaricados a tentar tudo para que eu me risse.

- Momento mais sério de sempre em cima do palco:
Demorar a dar o beijo para acordar a bela-adormecida, sentindo que o público estava tão hipnotizado que nem sequer respirava.