Trabalho de casa

É estranho ir trabalhar e passar o dia a ver televisão.
O dia todo de comando na mão, a escolher de entre cinquenta canais. Quando chegar a hora de saída, largo o televisor e volto para casa.
Quem quer tachos, arranja-os!...

Mas não é tudo bom. Isto significa que há "trabalho macaco" para fazer, que se não for em frente de uma telenovela dá com a malta em doida.
E pior deve estar o meu colega, que teve de interromper as férias para o vir fazer.

Agora vou indo, que para escrever isto deixei-o sozinho, e ainda faltam dois mil livros para encaixotar até amanhã, depois de serem conferidos um a um.
Aliás, já ouço os gritos dele... calma, sê forte, eu já vou!!... e olha lá, a Cleoneide já disse ao Luís Carlos que o filho não é dele??

Crónica de Dezembro

Como sobreviver a um dia de trabalho em Agosto - um guia prático

Manhã, responder com «Ei!», conforme vão chamando o seu nome enquanto percorre as salas a caminho da casa-de-banho.
Ainda de manhã, responder com «'dalhóóóca!» conforme o vão chamando «sua matrafona!» ao voltar da referida casa-de-banho.

Almoço, comer tão depressa quanto possível, porque o almoço que foi buscar a casa da mamã faz com que apareçam pessoas na copa vindas da outra ponta da agência, com a pergunta «que cheiro a peixe é este? É o Cipriano a almoçar?»

Início de tarde, tentar não cair da cadeira quando chovem bolas de papel e objectos 'anti-stress' na sua secretária.
Fim de tarde, oferecer porrada às ofertas de porrada que todos na sala oferecem uns aos outros, porque o mais maricas perde.

Noite, tentar não ter pesadelos e ganhar forças para conseguir suportar o dia seguinte.

Natal nos trópicos

Tanta ameaça, tanta roupa que eu vi congelada nos varais em anos anteriores, tanta camisola de lã que eu pus na mala, e afinal na Serra da Estrela nem sequer se chegou aos zero graus, quanto muito estiveram uns dois graus positivos, e é se tanto!

Se eu quisesse sufocar com tanto calor teria ido para o Brasil...

Esta semana só isto

Durante um fim-de-semana, ser um príncipe.
Mas um verdadeiro príncipe encantado, que chega a um reino e manda anunciar um baile, depois encontra uma lindíssima princesa em apuros, e salva-a no fim com um beijo.

Nessa romântica cena, durante longos e memoráveis segundos uma sala inteira não respirou, até que a princesa abriu os olhos, e todos reagiram com uma salva de palmas.
E quando depois saímos, as pessoas a abrirem os olhos e os sorrisos, "ah, a madrasta!", "ah, o príncipe!". Foi bom ter essa recepção das crianças, mas mesmo os adultos se deixaram fascinar.

Percebo ainda melhor agora porque é que os contos de fadas sempre viveram no nosso imaginário.
Eu vivi num desses mundos, e já sinto saudades dele.


Até para a semana e tenham um Natal.

Poema da drosófila

Resolvo:
Não mais as dolências do mosto nas pernas.
Sujidades indómitas, percorrei os universos!
Aqui planaram homens... na sombra de um corrimão.

Ter tudo e não ser feito de folhagem.
Cansar o mundo. Saborear mitos...

Telas de pintassilgos que não fogem, porque as águas dos rios cegaram.
Crepúsculos de noites e peúgas, descei.

Aqui me tendes!

Texto sem magnitude

Afinal ontem, quando o meu sofá começou a tremer por baixo do meu rabo, não foi o vizinho que arranjou uma banda de Death Metal, foi mesmo um tremor de terra!


E falando de tragédias naturais, hoje vi uma rapariga - mas uma daquelas carinhas larocas que fazem com que os homens percam a noção do caminho e depois escrevam sobre elas em blogues - a trabalhar onde? Num camião do lixo.
Ao contrário de muita gente não acho nem esse nem nenhum trabalho vergonhoso, vergonha é não fazer nada, mas o meu sexismo não conseguiu deixar de pensar: Que desperdício!!

Juro que é verdade

Antes de ontem à noite liguei a televisão e estava o meu antigo patrão no painel de comentadores de um programa de informação.
Ontem à tarde liguei o rádio e estava a dar uma notícia sobre o meu antigo cliente.
Hoje de manhã liguei a internet e estava lá um artigo sobre a minha antiga empresa.

Parece que resolvi sair logo na altura em que ia ficar famoso!

Antropologia de trazer por casa

Se adicionarmos todas as pessoas que nasceram desde o século I ao século X, o resultado é um número inferior ao das pessoas que nasceram só desde o ano 2000 até hoje.
Isto é impressionante.

Embora exista uma pequena falha, um pormenor que se calhar é preciso ter em conta, é que eu inventei isto e não faço ideia se é verdade.
Mas pela quantidade de gente que teima em ir aos centros comerciais e hipermercados passear quando uma pessoa se quer despachar, parece-me uma teoria muito plausível, estava capaz de ir ao 'prós e contras' e pôr as mãos no fogo por ela.

Tuáiláite zoune

Hoje uma das comerciais da agência vem com uma bruta régua de metal e mede a largura do bolso da minha camisa. Depois vai à vida dela.

Como estou com medo de ir perguntar o que raio foi aquilo, vim desabafar para aqui.



(Entretanto, enquanto escrevia o parágrafo anterior e pensava ficar por aí, os homens 'designers' começaram todos a gritar de uma sala para outra a oferecer sexo oral uns aos outros, enquanto que o que está à minha frente, para fazer mais barulho ainda, desatou a imitar um relato de futebol.
Quase que consigo ouvir a famosa musiquinha do insólito... tinini, tinini, tinini...)



P.S.: Se amanhã não houver blogue é porque me esqueci de escrever, com a emoção de me juntar à gritaria com eles...

O despertar da mente

O blogue que fala várias vezes sobre o tempo, continua nessa linha épica.
Agora vai voltar a falar sobre despertadores.

Depois de experimentar pôr o meu super-hiper-maravilhoso-estupendo despertador a acordar-me ao som de um oceano, com péssimos resultados (descritos algures no blogue), experimentei pôr aquilo para o som de "floresta".

Os resultados foram tão bons que nem acordei.
Logo de manhãzinha o despertador acendeu a luz e começou a debitar sons de passarinhos e de vento a sussurrar num bosque frondoso.
Aviso já, ouvir sons de passarinhos e de vento a sussurrar num bosque frondoso dentro do quarto dá sono.
Deviam chamar aquilo sonífero, não despertador.

Por isso tentei outra, e pus o alarme a apontar para o som de "riacho". Ah, nada como o suave rumor aquático das límpidas águas de um rio para nos levar levemente... blá blá. Uma riqueza. Uma coisa tão linda que se não fosse a mulher-a-dias a tocar à campainha ainda hoje lá estava num sono feliz.

Pronto, está bem, dessa vez foi porque faltou a luz.
Mas seja como for agora acordo com um apito do piorio mais horrível e regulado para volume máximo. É do melhor, o salto que dou na cama é tão grande que com o balanço só paro na casa-de-banho.

Pódio do inaudito

Em terceiro lugar, estar com auscultadores e uma mesa de mistura a ouvir o que um microfone de cinema apanha.
Posso garantir, é ter uma nova perspectiva do mundo. É ouvir tudo à nossa volta, é ter os sonzinhos todos até ao mais ínfimo misturados nos nossos ouvidos.

Em segundo lugar, despejarem-nos água pela cabeça abaixo, por brincadeira.
É uma experiência enriquecedora, especialmente se estivermos na nossa secretária, no nosso emprego.

Em primeiro lugar, estar numa 'boys band' com outros seis rapazes, a cantar um 'rap' perfeitamente coreografado.


Pronto, eu sei que isto são coisas que já TODA A GENTE fez.
Mas... todas na mesma semana?

Ao vivo no Coliseu

Ontem, em mais um grande momento de ensaio teatral, um dos actores começa a entoar "parecem bandos de pardais à solta... os putos... os putos..."
Era suposto cantar um de cada vez, mas os outros actores 'mais velhos' não foram de modas, logo de improviso se junta um outro em coro, e depois outro. Abraçados, afinados, fazendo o próprio Paulo de Carvalho corar de inveja, cantaram a plenos pulmões, em crescendo, num festival da canção que terminou com aplausos de pé e autógrafos.

Entretanto, eu estava de joelho no chão, a beijar a mão de uma princesa, ocultando dizer-lhe que sou na verdade um príncipe disfarçado...

E pensar que há pessoal que não gosta de teatro.

A cultura da cultura

Por causa do outro blogue, há pessoas que pensam que eu sou um satânico e que odeio jornalistas.
Às pessoas que me difamam com essas mentiras pérfidas e vis calúnias só tenho a dizer que foi o Mestre que me mandou beber o sangue daqueles homenzinhos de microfone.

Mas se é assim, por causa das coisas deixo aqui uma referência importante, que merece reparo positivo tanto a sataneiros como a jornalânicos:

Leiam a reportagem sobre os satanistas portugueses feita por uma jornalista do Expresso.
Quem não concordar com o que eu escrevi no outro blogue pode sempre ler esse artigo, que basicamente copiou o que eu tinha dito, mas vá, até está mais bem escrito.
E pode ser que depois a malta deixe de pensar em satanismo como coisa de sacrificar bebés.
Ninguém é obrigado a concordar com a sua filosofia de auto-veneração, eu próprio não sei se acho muita piada, mas ao menos saibam o que é antes de criticar.

E eu uso este assunto para servir de exemplo, infelizmente não é o único em que isso acontece.
Desabafo: Alguém me explica porque é que tanta gente, tendo cérebro e se calhar até enorme inteligência em potencial, prefere ficar ignorante de propósito?
Que desperdício!

Todos diferentes, todos iguais

Como aqui na agência estamos a tratar da comunicação da farmacêutica Boehringer, um colega meu condenou o seu produto mais famoso, o xarope Bisolvon. Diz ele, muito sério, que para terminar com um caso flagrante de discriminação, o xarope deveria chamar-se também Heterossolvon, ou Homossolvon.

Homossolvon!

Há malta que vai para o trabalho de manhã e sai-se com Homossolvon!!

E depois há malta como eu, que fica o dia todo a limpar as lágrimas porque se estão sempre a lembrar dessa e a ter ataques de riso...


P.S. : Em defesa do meu colega, é preciso ver que ele tinha sido acabado de ser chamado de "vagina" por um outro colega, portanto estava meio confuso, tem desculpa...

Frio dos Infernos

Ontem à noite eu vi que estava frio quando vesti três 't-shirts', com dois pijamas por cima, e complementado com dois pares de pantufas.
Mas quando eu vi mesmo que estava realmente frio foi quando, ao ir para a cama, ainda vesti mais dois roupões antes de me meter nos lençóis!
Mas vá, quando eu vi mesmo mesmo que estava mesmo mesmo mesmo frio, foi quando ainda tive de me levantar para ir à procura de mais cobertores, para pôr em cima dos que já tinha e do edredão. Como pelos vistos não tenho mais cobertor nenhum, pus em cima da cama algumas toalhas de crochê bordadas à mão pela minha avó. O que vale é que eu julgo que ela não lê este blogue...

Sangue, suor e lágrimas

Qual é a pior parte de estar ranhoso?
- É que depois temos de nos assoar.
Qual é a pior parte de nos assoarmos?
- É que depois podemos rebentar um capilar.
Qual é a pior parte de rebentar um capilar?
- É que depois podemos rebentar um 'senhor' capilar e despoletar uma homorragia enorme, que começa a sujar as mãos, depois a roupa, que nos obriga a procurar um lenço à pressa pois parece um rio incontrolável, que pinga o chão, que nos obriga a enfiar o lenço quase inteiro no nariz, que nem assim parece querer parar.
Qual é a pior parte de ter uma hemorragia enorme?
- É que podemos estar num comboio atafulhado de gente.

(esta semana não vai haver blogue)

Para o caso de ainda não terem reparado...
Eu pelo menos nem reparei.

Chuva de verão

Como todos repararam, desde a semana passada deixámos de estar em Agosto.

Mas o blogue que segundo os últimos estudos é o favorito da própria Internet terá de manter alguns dos temas que o tornaram famoso.

O favorito da Internet, perguntais vós?
- Sim, este é o blogue que a Internet gosta de ler com o café da manhã.
E é famoso, perguntais vós?
- Nem mais, um blogue que fala sobre o tempo é coisa tão ridícula como aqueles chapéus que se puxa um cordel e batem palmas, mas as pessoas usam.
E vai continuar a ter piadas do calibre das que acabámos de ler?
- Sem dúvida, a classe das piadas será no mínimo das que foram aqui demonstradas, com tendência a subir para níveis ainda mais estratosféricos.

Ah! Então estou convencido!
Vou juntar-me à própria Internet e consultar um blogue que não tem nome, onde não se sabe o mês em que se está, e onde se fazem piadas sobre chuviscos matinais.

E tu, jovem, do que estais à espera? Vem também, e lembra-te: vida limpa é vida sem drogas!

Não estou a ter uma boa semana, mas hoje vai mudar

- Aaahhh! Agora está branco!!
- E o título da mensagem é diferente do costume!!!
- Nem citação do Nietzsche, nem nada...!
- O que fizeram com o meu querido blogue??
- Só neste país, pá! Se isto fosse na Dinamarca, aposto que o blogue ainda estava na mesma!!

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Chronicae Augustus 32

Mesmo sendo Agosto é preciso trabalhar, e na agência as noitadas abundam.

Muita solidariedade para os caros colegas 'designers' que no último fim-de-semana ficaram a trabalhar até às 5 da manhã, foram a casa dormir, voltaram à tarde e depois ficaram até às 9 da manhã!
E nos últimos dias tem sido sempre até à meia-noite...

E porquê, por causa de um cliente.
Está bem, é um cliente que vem a reluzir com mais ouro do que o trem de cozinha da Ideia-Casa, mas é só um cliente. Ainda por cima é chato, é incoerente, é idiota, é culpado por grande parte das noitadas.

Senhor, obrigado por todos os clientes que pagam bem a troco de trabalho nenhum que colocares no nosso caminho. Amén.


De qualquer modo, "uma pessoa continua a trabalhar porque o trabalho é uma forma de diversão" - Wilhelm.

Chronicae Augustus 31

Qual é a única coisa pior do que cinco tipos que querem ser realizadores?
Cinco raparigas que querem ser realizadoras!

Deve haver poucas coisas neste mundo como dez pretendentes a cineastas todos na mesma sala.
É tanto elitismo cinéfilo naquelas aulas que é uma perfeita delícia!
Um grupo de pessoas que quando fala em ir ao cinema quer dizer "ir ao King".
Que ao descrever um filme fala em coisas como "profundidade de campo".
Que não acha que um filme é 'lento', e se achasse isso não era uma coisa má.
Que à pergunta "tens visto algum filme no Oeirasparque?" responde com uma cuspidela para o chão.
Pronto, com a mania das cuspidelas eles são um bocado mal educados... Ah, mas é tão refrescante!!


Agora sem piadas, sabe muito bem dizermos 'João César Monteiro' e toda a gente à volta saber de quem estamos a falar. Já dizia o Friedrich, "Temos a arte para não morrer da verdade".

Chronicae Augustus 30

Continuando na saga "Mas que raio, numa agência de publicidade não se faz a ponta de um corno?!?", vimos relatar que ontem houve cantoria. Na sala ao lado da nossa improvisou-se um misto de 'karaoke'/'a capella'/'coro de santo amaro de oeiras'.

O repertório consistiu numa ecléctica e sensata rapsódia de música popular, ligeira, de dança e de batida pirosa.
(e sempre mais afinado do que a gaja do anúncio do pingo doce)

A parte mais gira - ou então a mais decadente, ainda não foi decidido - é que é relativamente normal isto acontecer por aqui.


Lá está, "Há sempre um pouco de razão na loucura" - Nietzsche.

Chronicae Augustus 29

Provavelmente a melhor parte de sábado:
Ir a conduzir e por sorte passar ao lado dos pais, que conversavam com um grupo de amigos. Parar o carro, abrir a janela e gritar a plenos pulmões "Isto é uma vergonha! Uma vergonha! Isto era mandar o Sócrates e os outros todos para o olho da rua!!!". Depois arrancar, e rir até às lágrimas a imaginar os pais a dizerem às pessoas... "é o meu filho"...

Provavelmente a pior parte de sábado:
Ir assistir a uma sessão de curtas-metragens, e descobrir que a primeira delas foi escrita e editada por "Miguel Cipriano". Choque! Há 'outro' Miguel Cipriano a escrever e a editar curtas??... Ainda nem pensámos bem nas implicações que isto pode vir a ter. Mas que abalou um bocado o mundo, isso abalou...


Enfim, "O homem precisa daquilo que em si há de pior, se pretende alcançar o que em si há de melhor" - Friedrich Nietzsche.

Chronicae Augustus 28

Há coisas que só acontecem mesmo em Agosto.
Como a descoberta das manchas hoje ao sair de casa.

Que diabo, estão ali umas coisas no chão ao lado da porta. Uma data de pontos... espera, parece que se mexem...
São mosquitos.
Porque é que entraram centenas de mosquitos para dentro de casa durante a noite? E por onde entraram? E porque é que ficaram todos ali metidos naquele canto ao lado da porta? E porque é que se deixaram ficar até morrer? E porque é que reparo agora que no canto do outro lado da porta há mais umas centenas deles??????
Ah, as maravilhas de viver no campo...

(últimas notícias, literalmente acabadas de chegar via MSN. O nosso amigo que vai no Intercidades para o Porto acaba de ver um pedinte a percorrer a sua carruagem! Sem desrespeito ao pobre do homem, mas isso não faz sentido de vinte maneiras diferentes!
Que raio se passa hoje? Será de ser sexta-feira 13??)


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Chronicae Augustus 27

Dão-se alvíssaras a quem adivinhar o que fizemos ontem na aula de Linguagem e Realização.

Claro, a resposta é fácil e já todos adivinharam: Na aula de ontem ficámos mais de 3 horas a filmar uma laranja.

Se há internautas por aí que já imaginaram que podiam ser realizadores mas não sabiam como tirar essa dúvida, aqui está um teste infalível: Experimentem ficar uma noite inteira a filmar um citrino.
Não podem mexer a câmara, não podem inserir mais nada além do fruto. Quem não achar isto uma experiência emocionante, é melhor arrumar para o lado, é melhor chutar para canto, é desamparar a loja, dar a grande fuga, bazar de cima; em resumo... PIIII! Próximo!!

Os alunos que o fizeram ontem gostaram tanto que sinceramente até foi triste de ver.


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Chronicae Augustus 26

Poema do olvido. (por Miguel Cipriano)

Chovo.
Caio-me entre ramagens de abstracta nomenclatura.
Não oiço o uivo das ninfas. Sou de.
A imagem é a imagem, dizem as pedras.
Nua, fui inúmeros quases.
Sou amachucada no pâncreas de uma mão. Sou mistérios de zebras.
Estridente vapor estridente.
Não...
Onde ficou a charrua?
Lá fora a vida escorre, como estrume num cata-vento de marfim.


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Chronicae Augustus 25

- Bem-vindo festival de cinema do Estoril, o que deseja?
- Um bilhete para este filme aqui, por favor.
- São 3 euros.
- Mas eu sou estudante.
- Ah, então tem 50% de desconto. É 1,5 euros, por favor.
- Não está a perceber, eu sou estudante... de cinema.
- Oh!! Ah... peço imensa desculpa... Oh, como pude?... Que falha horrível, penso imensa... não sei onde estava com a cabeça... desculpe, desculpe... peço imensa desculpa, senhor. Aqui tem o seu bilhete. Gratuito, claro. E este passe de acesso a todo o lado e esta caixa de chocolates. Necessita de mais alguma coisa, uma taça de champanhe, uma massagem?
- Não, estou bem, obrigado.
- Obrigado eu, senhor... com a sua licença, senhor... obrigado, senhor....

Pronto, não foi bem assim, mas devia ter sido. De qualquer modo, é bom ir ao festival e ver tudo de graça.


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Chronicae Augustus 24

Idães-Barrosa.
O que acontece em Idães-Barrosa?
Bom, nada.
Vá lá, quase nada. Nada-nada seria tipo... hum... em Catefica!!!
(para quem ainda não conheça as vicissitudes da ínfima e minúscula Catefica, é favor consultar o outro blogue)
Nem há comparação possível, uma pessoa pensa em Catefica de Torres Vedras, e subitamente Idães-Barrosas parece que é Nova Iorque triplicada em tamanho unida a São Paulo e adicionando todas as pessoas que viram o "Titanic".

Mas então o que tem Idães-Barrosa? Coisas estranhas.
Número um, a nossa prima dá aulas. Pois é, os professores nunca sabem onde podem ser colocados. De qualquer modo, aqui fica a internet a desejar-lhe a melhor das sortes.
E número dois, foi numa terra ao lado que uma vez vimos um incrível espectáculo junto a uma ribeira: uma lontra selvagem. Andou brincalhona mesmo ao pé de nós durante largos minutos, até se fartar e continuar a descer o rio.
(Se isto não são coisas estranhas, hão-de me dizer quem é que conhecem que dá aulas em Idães-Barrosa, ou que já tenha visto uma lontra selvagem. Ah pois é!)


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Chronicae Augustus 23

Hoje é um dia que mete água por todos os lados. Nem parece Agosto.

E não é só por causa da chuva, isto também é uma piada privada. Porquê, hoje resolvemos experimentar o super-novo-incrível despertador que comprámos tão barato que até admira que funcione.
O bicho deixa escolher o som com que se quer acordar, e hoje foi dia de despertar com o barulho do oceano. Aaah, tão bonito, e calmo, e agradável, e zen...
Avisamos já que não serve de nada. Tanto faz ser um estúpido de um apito agudo e estridente, ou a ...suave calmaria do melodioso relaxamento das ondas..., o despertador leva uma porrada na mesma para calar o bico e deixar dormir um gajo.


A alcunha de hoje foi a melhor:
Cici

Chronicae Augustus 22

A augusta crónica de Agosto, número 22 que é na realidade a número 16, grassa sobre o seguinte:

O ano que se aproxima escreve-se 2010 nos alfabetos correntes, o que fica MMX em latim.
A menos que se separe o ano à inglesa, caso em que fica 20 10, ou seja XX X.
MMX significa MultiMedia Extensions, XXX significa imagens com sexo explícito.

Se isto não são os gajos a dizerem para a partir de Janeiro ficarmos em casa rodeados de óleos e a ver pornografia em várias televisões, e só sairmos para comprar mais óleo ou mais pornografia, então não sabemos o que será!!
E tem de ser mesmo verdade, se está em latim é coisa séria.


E no dia de hoje chamaram-nos pelo nome carinhoso de:
Capri-Sone

Chronicae Augustus 21

Da última vez que passou um jogo pelo computador ainda era Agosto!

Há uma boa razão para isso. Sim, para além de não percebermos pevide de jogos. Sim, para além do PC só ter 800 megas de disco. Foi o cagaço que apanhámos na última experiência com um jogo de computador...
Chamava-se Starcraft, e ao fim de algumas semanas de vício desgraçado já estávamos a chegar ao fim, quando fomos salvar o jogo, em vez alt+S carregámos em ctrl+S, e íamos caindo da cadeira!
Desatou tudo aos berros, tiros, motores, explosões, personagens a falar, inúmeros efeitos sonoros e de qualidade extraordinária.
Parece que o jogo tinha som e nós não sabíamos...


A alcunha do dia é:
Capricórnio

Chronicae Augustus 20

A piada de estarmos em Agosto é que se podem fazer coisas divertidas.
Coisas como ir almoçar em Portugal a um restaurante nepalês de comida japonesa.

E que se chama Miroku.
E que tem página no feicebúque. Quem quiser pode lá ir e tornar-se fã de Miroku.
Mas será que não houve uma alma que se lembrasse de avisar esse pessoal do perigo que era ter um nome desses por aqui?


Alcunha de hoje:
Simpósio

Chronicae Augustus 19

Mário Cláudio in 'Estâncias':

"...Aqui dobram os caules. De urtigas o leito sob arcadas e arcadas.
Reclinados os pastores, que escutam reclinados para um velo? Os lagos de sombra.
Os acres unguentos: luminosos.
A inocência que temos, o rosto de náufragos, de que nos serve o rosto de náufragos?
Porque nos conduzem aonde as forcas se desatam e os bichos escondem a lepra?
Só se abrem docas e docas, as letras de alcatrão.
Exaustos. Enquanto dançam as putas e os vadios, e os ossos nos estalam no salitre da cela.
A morte oxidou os sinais que marcámos. Os cães, os cães vão ganir na baba da noite: perdidamente.
É a partilha do fel, amor.
Nenhuma foice erguida, nenhum canto: jornais, lenços velhos, pó de feno. Os versos supurados.
Mas um fósforo se alumia, março regressa ao nosso lençol, a tarde seguinte.
Soletremos sempre a palavra azul. Apegados à terra. Até que floresçam as amendoeiras."


Enquanto enxugamos uma lágrima perante esta poesia, outros assuntos - Um colega na agência resolveu que o nome Cipriano é complicado de dizer. Por isso todas os dias arranja uma nova alcunha.
A de hoje foi Cimbalino.

Chronicae Augustus 16

Hoje na agência parece, tipo, Dia das Bruxas ou coisa do género.

As salas foram decoradas como se fossem um laboratório de um assassino em série, há morcegos nas janelas e uma parte deste monitor não se vê com as teias de aranha.

Foi para condizer com o facto de vir tudo mascarado.

No nosso caso, usámos a fantasia de "Bela Adormecida e o seu cão dos infernos"...
Para quem quiser visualizar, é a mesma que já percorreu o El Corte Inglês em hora de ponta, junto com outras seis igualmente loucas, até sermos expulsos por literalmente dezenas de seguranças que fizeram um corredor para sermos escoltados desde as bilheteiras até à saída.
(Não acreditamos que ainda haja quem não tenha visto o vídeo, mas pronto: http://www.youtube.com/watch?v=z3LG93dnneM)

Enfim, é uma boa forma de um homem começar um dia de trabalho, chegar e ir a correr para a casa-de-banho para pôr um vestido.
Outra hipótese era ter vindo vestido no comboio, mas corria-se o risco de nos roubarem a farpela e depois não podíamos ser candidatos ao prémio para a melhor fantasia da agência.

Chronicae Augustus 15

Toda a gente sabe que a canção "Meu querido mês de Agosto", foi escrita por Dino Meira em homenagem a este blogue. E que depois deu origem a um filme extraordinário de Miguel Gomes, que foi homenageado internacionalmente, originando uma onda de homenagem ao mês de Agosto, que homenageava Dino Meira. Este blogue presta aqui a devida homenagem.

Chronicae Augustus 14

Cem... por... cento.
100% no primeiro teste do curso!!!

Ah, espera... afinal acho que nesta resposta há um probl... NÃO! Está absolutamente certa!!
Trunga! Incha, embrulha, e vai buscar que eu espero aqui!

A partir de agora menos que 90% é derrota.
Isto é como o Benfica, sempre a afinfar cartucho.

Chronicae Augustus 13

Hoje é dia de teste.

O primeiro teste em mais de 5 anos.
E o primeiro dia de estudo em mais de 7 ou 8...

Na hora de fazer cábulas é que a coisa correu mal. Nunca as soubemos fazer, não é agora que vamos aprender, e além disso como arranjar cábulas para uma cadeira como Produção? Esconder uma equipa de filmagem debaixo das carteiras não funciona. Primeiro porque o pessoal da turma da manhã já tentou, e segundo porque é uma piada farsola.

Mas a sério, acho que hoje à tarde vamos ter de tomar um café. Outra coisa que também já lá vai o tempo...

Chronicae Augustus 12

Um blogue que fala do mês de Agosto é um blogue do agrado dos emigrantes.

Já pensaram que os emigrantes de outros países que cá estão também se devem identificar com este mês, não porque voltam a Portugal mas porque saem de Portugal...?
Se calhar, para todos os emigrantes deste nosso planeta, é Agosto quando podem ouvir emocionados o sino da igreja na sua aldeia.
Felizmente que, graças ao advento da internéte, as novidades do augusto mês em que nos encontramos chegam aos quatro cantos deste redondo mundo. E mesmo quando Agosto terminar eles vão poder vir aqui e tentar apaziguar as saudades.

Não têm de agradecer. Estamos cá para isso.

Chronicae Augustus 9

A partir de hoje, a agência tem um saco de boxe com os logótipos dos clientes mais chatos lá colados.

Isto significa duas coisas:
Quem quiser desanuviar por causa desses parvos pode sempre ir lá mandar umas biqueiradas.
E somos a inveja de todos os outros trabalhadores do mundo, que não têm uma coisa destas na empresa deles.


...?

Chronicae Augustus 8

O que será que tem o mês de Agosto que parece fazer com que as pessoas queiram declamar filosofias?
Andarmos de ouvidos atentos também não ajuda, já que por vezes se escutam maravilhas que não lembrariam nem ao ruivo do 'CSI'.
Eis a pérola de ontem, dita no meio da rua e na maior seriedade:
"às vezes as pessoas não pensam... tenho de ser eu a fazer pensamentos geniais"

São estas coisas que nos fazem querer saltar da cama mal o despertador toca.

Já...?

Chronicae Augustus 7

Não seria Agosto se o tempo não andasse doido, com dias de Sol abrasador e sufocante a precederem dias de tempestade tropical.
Mas a grande notícia de hoje, além de ter surgido na internet um blogue que incrivelmente só fala sobre o tempo,
(não venham dizer que não é original, nunca ninguém se tinha lembrado dessa!)
a grande notícia, dizíamos, é que ainda estamos vivos depois do primeiro dia de aulas.

Ao que parece, um Engenheiro Electrotécnico que trabalha como Redactor Publicitário pode tirar um curso de Realizador, sem que as leis da física expludam e o mundo entre no Apocalipse.

Já etc e tal...?

Chronicae Augustus 6

Ah, o prazer de ser Agosto e poder dormir a ouvir a chuva cair nos eucaliptos.
Quem tem eucaliptos à frente de casa, claro. Quem não tem vá plantar ainda hoje, vale a pena...
Claro que a parte negativa de uma tromba de água destas é que quem não usa chapéu chega ao trabalho parecido com um pinto que apanhou uma chuvada depois de cair ao rio enquanto o molhavam com uma mangueira.
Ah, o prazer de ser Agosto e em vez de começar logo a trabalhar andar pela agência em ceroulas a tenta secar o corpo com toalhas encontradas pelos cantos e que andaram sabe-se lá onde.

Já choveu...?

Chronicae Augustus 5

Para aqueles que - inacreditavelmente! - duvidavam da palavra deste blogue a afirmar que é Agosto, aí está a meteorologia a ajudar à festa. Um calor desgraçado.

E se é Agosto, o que está mesmo a pedir?
Regresso às aulas, claro.
É hoje. Às 20h00 lá estará o prof à espera.
Aflige-nos a dúvida de saber se aos 31 anos ainda somos capazes de assistir a uma aula. Se a mochila ainda nos serve. Se os outros meninos vão querer jogar ao guelas no recreio.

Já descobriu...?

Chronicae Augustus 2

Há dias em Agosto em que não se deve sair do beliche...
Um computador que vai abaixo só porque se carrega no botão de 'ligar';
Manhãs e tardes consecutivas onde não há nada para fazer, nem implorando;
E para cúmulo quando finalmente se é chamado não é para dar uma tarefa, é para avisar que o 'sénior' já está disponível e vai refazer a última tarefa que fizemos, porque assim não está lá muito bem.

Já desesperou...?

Chronicae Augustus 1

O latinório é apenas para indicar que este blogue servirá para contar as crónicas que vão acontecendo no mui querido mês de Agosto.
O facto de nem sequer ser Agosto só torna a ideia ainda mais extraordinária e de uma intelectualidade de deixar qualquer um molhado de excitação.

Já imaginou...?