terça-feira, 30 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 50

Em Agosto, enquanto estamos a trabalhar, vamos colocar o rádio num posto que toque música variada ou num posto que passe o dia a dar sempre as mesmas 5 canções?

A resposta parece óbvia, não?
Pois parece, o problema é aquele pessoal que insiste em mudar justamente quando eu quero ouvir o Eminem pela oitava vez.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 49

Média de aranhas que eu mato todos os dias antes de sair de casa: 2

Mínimo: 0
(sim, já houve manhãs incríveis em que saí de casa sem matar uma única aranha)
Máximo: 6
(nessa manhã perdi dois comboios, porque me apareciam aranhas por todos os lados)

E como é que eu sou capaz de matar as pobrezinhas?
Eu, que sou um vegetariano fundamentalista contra qualquer maldade feita ao mais pequeno dos animais?
Pois, mas... caraças!! Aranhas é uma cena asquerosa que causa repulsa inata no ser humano, já vem no ADN desde o tempo das cavernas.
Além do mais elas são ruins, porque me comem os outros bichos todos. Daqui a bocado tenho a sala sem insectos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 48

Idiossincrasias de uma agência em pleno verão parte 2:

- Quando entrei na agência em Setembro, o frigorífico não tinha porta.
Ou melhor, tinha, mas estava sem dobradiças. Portanto, eu chegava ao frigorífico, retirava a porta, encostava-a à parede, tirava o que queria e voltava a montar a porta.

- Depois aprendi uma nova técnica ao observar os meus colegas.
Eu agora chegava ao frigorífico, puxava a parte de cima da porta, abria como se fosse uma máquina de lavar loiça, segurava a porta com a mão esquerda enquanto tirava o que queria com a direita e fechava a porta.

- Ao fim de algum tempo arranjaram a porta. Mas montaram-na a abrir do lado errado e sem a mola que a segura.
Eu agora chegava ao frigorífico, puxava pela porta, ela não abria, lembrava-me que era do outro lado, puxava a porta do outro lado, abria a porta, esquecia-me de a segurar enquanto procurava as minhas coisas, a porta abria até ao fim e batia com estrondo na parte lateral do frigorífico, eu apanhava um susto e fechava a porta.

- Hoje em dia já estou habituado à rotina, pelo que o frigorífico agora é normalíssimo, sem piada nenhuma.
Para compensar, começámos a brincar com as dezenas de magnetos que o frigorífico tem. Como isto é só artistas por aqui, todos os dias alguém monta os ímanes numa configuração diferente. Nunca é o mesmo frigorífico.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 47

> Eu sei que ando a trabalhar demais quando estou a rever o texto de uma agenda e acontece isto:
Eu - Descobri que todas as colunas têm uns números que são sempre os mesmos. Isto está bem?
Ele - Miguel, isso são as horas. Uma agenda tem horas.
Eu- Ah...

> Eu sei que preciso de ir dormir quando estou a rever o texto de uma agenda e acontece isto:
Eu - Cada fim do mês tem uma moldura muito ligeira...
Ele - Moldura?!
Eu - Sim, mas essa moldura não é sempre igual. Podes corrigir?
Ele - Isso é o papel que é fino...
Eu - O papel que é fino?
Ele - Experimenta levantar a página.
Eu - A moldura desapareceu!
Ele - Miguel, isso eram as fotografias da página seguinte.
Eu- Ah...


E isto ainda nem é hora do almoço. O dia de hoje promete.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 46

Um amigo é sempre um amigo.
Viva o amigo.
Se tens um amigo, sorri e o sol brilhará, e as nuvens serão brancas.
Acredita nos amigos.
O amigo tem tudo, porque ele tem um amigo.
Viva.
Um amigo conhece os melhores amigos do mundo.
Hoje, se vires um amigo, diz-lhe que ele é teu amigo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 45

Os meus animais de estimação continuam a marcar território.

Agora todas as varandas (e são 3) estão pejadas de uma nova raça de formigas.
Não são aquelas pequenas e persistentes, essas continuam dentro de casa e lá são felizes - Estas são umas muito maiores, pretas e com abdómens salientes.

É certo que não lhes ligo muito atenção, por três razões:
- Primeiro, são grandes como o caraças, e eu vi aquele episódio do MacGyver onde os maus foram comidos por formigas iguaizinhas.
- Segundo, elas deixam-se estar lá fora, por isso é deixá-las fazer a vida delas.
- Terceiro, de cada vez que chove, as varandas ficam completamente inundadas, por isso posso assistir a alguns minutos de natação em águas-livres.

Quando a chuva acaba é a única altura do ano em que as varandas estão vazias.
Faz-me pena os bichos morrerem assim, mas não se preocupem porque eles voltam no dia seguinte.

Agora, como as varandas estão todas longe umas das outras e em lados opostos da casa, eu pergunto:
Será uma população diferente por cada varanda, ou será a mesma família?
Terão as formigas de uma varanda emigrado para tentar uma vida melhor noutras varandas? Voltarão em Agosto para matar saudades da sua varanda de origem?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 44

Em Agosto os dias são mais longos, mas hoje já é de noite quando finalmente consegui tempo para cá vir. Mas enfim, já cá estou.

E ontem comprei um desumidificador.
Será um aparelho útil e necessário?... Apesar de morar quase numa floresta tropical, antes de o comprar fiz a mim mesmo essa pergunta muitas vezes. Mas nunca com tanta veemência como quando o abri e li as instruções. Dizia lá:
"Não utilizar em locais húmidos".

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 43

Porque é que o Teatro é a loucura?

Um dos melhores momentos do grupo de teatro, ao qual não assisti ao vivo, mas que não tenho forma de provar que é mentira:
Durante uma actuação de casa cheia, um dos actores não estava a representar bem. Aliás, estava a ir tão mal, que o encenador foi aos bastidores dar uma instrução a uma das actrizes - pega neste balde com água e atira-lhe à cara.

No centro do palco e enquanto falava, o actor teve uma surpresa como poucas na sua vida. E claro, ao contrário da artificialidade anterior, aqui a sua reacção foi incrivelmente genuína.
O actor já era bom, naquele dia acabou a superar-se.

Foi um grande golpe de encenação. O actor teve uma valente chamada de atenção, e o público adorou um momento que obviamente pensou que fazia parte da peça. E mais, como o actor agora estava tão genuíno, de repente a representação inicialmente má ficou a parecer que tinha sido propositada.

É o que se chama levar um banho de carácter. E no dia seguinte, o actor continou no grupo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 42

Idiossincrasias de uma agência de publicidade em pleno verão:

- A primeira 'pessoa' que me recebeu na primeira vez que vim à agência para uma entrevista foi o cão.
- A primeira pessoa que me recebeu no meu primeiro dia de trabalho também foi o cão.
- O cão anda por aí de um lado para o outro o dia todo, sempre atrás da dona, sem ligar muito aos outros.
- Se houver uma reunião e estivermos todos presentes, o cão não liga nenhuma à dona, escolhe outra pessoa e passa a reunião inteira a lamber-lhe os braços.
- À hora de almoço, o cão vai para a copa e passa 1 hora a correr entre as mesas, na esperança de que alguém lhe dê uma migalha.
- Quando a dona não está, o cão fica à espera dela sentado em cima da secretária, ao lado do monitor.
- Quando o cão descobre uma frincha na porta, pira-se daqui. Da última vez foram encontrá-lo já a alguns km.
- No meio destas coisas todas, às vezes trabalha-se.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 41

Sortes e Azares do mês de Agosto:

- A má notícia é que desapareceu o milhafre solitário que andava lá nos eucaliptos à frente de casa.
- A boa notícia é que agora há um casal de aves de rapina um pouco maiores, de uma espécie que não identifiquei.

- A má notícia é que nunca mais vi o bando de codornizes que passava a vida a atravessar estradas de um lado ao outro.
- A boa notícia é que vi outro bando de codornizes na ponta mais afastada da floresta.
(eu julgo que é o mesmo. A mudança ou teve a ver com más experiências a atravessar estradas, ou com um certo casal de aves de rapina de uma espécie que não identifiquei)

- A má notícia é que os meus 2 leitores têm de ler estes conteúdos que não lhes interessam.
- A boa notícia é que o blogue é meu, e se quiser escrever sobre passarada, eu escrevo. Mas peço desculpa no fim...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 40

A minha casa é a mais insonorizada do mundo.

Os construtores devem ter tido um cuidado muito especial ao isolar as paredes. Eu posso fazer uma orgia com rinocerontes acordeonistas a dançar fandango, que nem assim os meus vizinhos ouvem. Eu a bem dizer nem sequer sei se tenho vizinhos, nunca os ouvi.

A minha casa é a menos insonorizada do mundo.

Os construtores devem ter-se esquecido de colocar isolamento numa única parede, a da escada. Nesse sítio, eu nem sequer posso respirar com mais força, porque me ouvem do outro lado. Eu a bem dizer sei os detalhes todos da vida dos meus vizinhos, porque os ouço quando vão a subir e a descer.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 39

Normalmente estou armado em pseudo-intelectual ao volante, e só ponho o rádio na Antena 2.
Mas como é Agosto, no outro dia experimentei ouvir a M80.

Foi uma boa escolha.
É uma questão de detalhes, das pequenas coisas que só eles fazem, como terem passado a mesma música duas vezes seguidas.
(da segunda vez a locutora avisou toda contente que a canção vinha aí, não sei se lhe explicaram como é que isto funciona)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 38

Poesia Militante em Agosto:

Alço a mão
Vindima longa enche o lenço...
Pelo bem que sabe,
Todo dia noite é, toda a vida solteira.
Água é quente, pela Páscoa,
Saberás?
Julgas a neve nos campos,
Ao fogo, pouco há-de chover.
Frutos formam grandes rios,
Santos governam a vida.
Pelo tempo uma guerra, julgas o teu irmão.
Perdoa-se o mal - mal haver.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 37

Agosto é a melhor época do ano para revelações de vida, e eu no fim-de-semana passado descobri que sou Barítono.

É uma tessitura vocal pouco utilizada no canto. A maioria da malta é Tenor.
Saber isto foi uma autêntica descoberta de vida.

Agora, isso quer dizer que sei cantar?
Isso quer dizer que sou um novo Dietrich Fischer-Dieskau?
Ou, para usar nomes populares, um novo Jim Morrison, um novo Nick Cave?
Não, continuo a não ser capaz de cantar um boi. Mas sou um
B a r í t o n o, isso já ninguém me tira.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 36

Em Agosto, o 'twitter' do meu 'iphone' enche-se de perguntas sobre como é a escola de cinema.

Bem, posso responder de uma forma resumida:
Fizemos um teste de avaliação que consistia na escrita de uma curta-metragem, e na turma toda quase ninguém escreveu um filme 'normal' - mas antes umas peças artístico-filosóficas com narrativas não lineares e com referências obscuras a filmes estranhos.

Bom, talvez assim não tenha explicado bem. Vou tentar resumir de outra forma, com duas conversas reais que eu já tive:
> fora da escola
Eu - É raro eu ver filmes de Hollywood.
Ele - Hã??!? Mas... então vês filmes de ONDE??!?
> dentro da escola
Eu - É raro eu ver filmes de Hollywood.
Ela - Hã??!? Mas... tu VÊS filmes de Hollywood??!?

Haverá sítio mais fixe do que este?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 35

Sempre soube que Agosto era época de descobertas, mas isto se calhar é demais.

Acabei de descobrir que existe um movimento sério e de larga escala na internet... para provar que a Terra não gira em torno do seu próprio eixo nem à volta do Sol.

Porquê, porque «não existe nenhuma prova científica de que isso aconteça». Pelo contrário, «os homens e mulheres mais inteligentes aderiram à nova teoria da Cosmogonia Geocêntrica». E o que diz esta nova e revolucionária teoria? Que o Sol é que gira à volta da Terra.

Que bem intencionados, estes creacionistas. Ah, porque são creacionistas, não tinha mencionado? É que a teoria termina com um «isto é tal e qual como diz na Bíblia».

Eu fui confirmar, e no Salmo 93 de facto diz lá isso tudo!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 34

Quando o Agosto chega, é sempre uma boa hora para dizer mal dos outros.

E o assunto de ser acordado no comboio fez-me lembrar aquela malta idiota e imbecil (não, ainda não comecei a parte de dizer mal) que ouve "música" em "altos berros" nas "colunas" do telemóvel.
Afinal, com tanta inovação tecnológica, a malta contenta-se mesmo com aquilo? Eu não digo serem uns puristas do som ou andarem a transformar amplificadores, mas daí a ouvir música numa coluna pior que a de um despertador...
Não sei para que é que raio inventaram o estéreo, pelos vistos o mono estava mais do que bem. A seguir vem o quê, televisões a preto e branco?

Mas seja como for, é um país livre, e a pergunta que quero realmente fazer é:
- Para que raio é que o fazem com o volume do telemóvel no máximo, e só quando estão em transportes públicos???
É mania de chatear, é o que é. Ou, diria antes, é mania de ser foleiro.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Chronicae Augustus 33

E pronto, é outra vez Agosto.

Faz-me ficar nostálgico, e lembrar-me como antigamente por esta altura era eu o único que não tinha férias.
Isto significava que de manhã ia para o trabalho a dormir numa carruagem quase vazia. Nesses dias, dormir no comboio sabe ainda melhor.

Claro que nem sempre me deixam...
Uma vez foi aquele tipo que costuma andar na linha de Cascais, que fala sozinho e que todos dizem que é maluco. Se ele é não sei, o que eu sei é que uma vez estava a ferrar descansadinho no meu canto, ele passou, espetou-me uma grande palmadona no lombo, e disse «Toca a acordar, quer dormir dorme em casa!!». Depois continuou o seu caminho.

Claro que também houve o adorável rapaz de uns 6 anos que se sentou ao meu lado. Ele estranhou o facto de eu estar com a cabeça encostada e de olhos fechados e começou «Senhor... ó senhor...». Eu nada. Ele então aumentou o tom de voz «Olhe! Está a dormir? Olheee!». Eu quieto. Ele achou que eu estava a ser teimoso e começou a tentar acordar-me com sustos, mandava-me uns "Bu!" repentinos. Eu na minha. Pela altura em que ele já estava a mandar gritos aos meus ouvidos, a mãe esboçou um protesto tímido para ele estar quieto. Mas só quando ele me agarrou com os dois braços e me começou a abanar com toda a força, é que a mãe finalmente pegou nele e o mudou de sítio. Eu continuei sem me mexer, não vi se o puto ficou muito lixado.

Hoje, a história mantém-se. Já não ando de comboio, mas estou a trabalhar e não vão haver férias nos próximos tempos. E se adormeço à secretária, chovem logo as palmadonas e os abanões. Sem me chamarem "senhor".

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

É próprio

Adições ao meu painel personalizado que está na minha parede ao meu lado da minha cadeira:

- Uma miniatura de um carro antigo
- Uns rolos de auscultadores avariados
- Uma fotografia do Isaltino vestido à séc. XVIII

E não tenho a certeza de onde é que vieram nenhuma destas coisas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Falar a tempo

Consequências das chuvadas diluvianas:

- O meu carro está tão lavadinho que até parece saído da loja.
- Pela primeira vez o golfe desligou o sistema de rega.
- Fiquei em casa a ver filmes e a ouvir a chuva.
- Ah, e a baixa de Oeiras ficou debaixo de aproximadamente 1 metro de água.